sábado, 24 de abril de 2010

Mãe Cleusa, o aprendizado.

A amizade transpõe as dicotomias da vida, um exemplo é a morte. O que me deixa mais estarrecida é o fato de que sou uma privilegiada, tenho uma amiga de infância, amigas de trabalho que fazem parte da minha trajetória, amigos que conquistei ao longo de minha vida, amigos que meus amigos me apresentaram e que fazem parte do meu círculo, e ainda tenho, sem sombra de dúvida, uma amizade que transcende a vida.

Cleusa me deu isso, um exemplo de amizade verdadeira, aquela que amamos incondicionalmente. No seu último aniversário, em 4 de Novembro de 2009, ela disse "que era uma pessoa chata, e que a convivência com ela era complicada", o que de fato ela sempre dizia e confirmávamos.

O que seria amizade então, se não aceitássemos o extremo, o diferencial dos humanos? Ela também me ensinou isso, sempre, tentávamos entender as atitudes inexplicáveis das pessoas. Porém, nunca chegamos a conclusão nenhuma. Enfim, como ela foi a mulher do muito acho que entendo um pouco do extremo. 

Ela era muito amiga, muito mãe, muito amada, muito protetora, muito odiada, muito magoada, muito amável, muito chata, muito mal-humorada, muito sorridente, muito feliz, muito os outros, muito mãe de santo, muito o santo, muito os filhos de santo, muito complicada, muito despreocupada, muito preocupada, muito, muito, muito, muito, muito...

Talvez por isso fosse tão difícil entenderem e conviverem com essa mulher.

Mas, como eu a amava incondicionalmente vou sempre cantar...



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