terça-feira, 13 de abril de 2010

Vidas cruzadas


Minhas poucas viagens à alguns países me deram a oportunidade de conhecer mulheres fortes e guerreiras (e me identifico com elas) apesar do pouco tempo nestes lugares vi e ouvi histórias de vida muito complexas por conta de cada país.

Das duas vezes que estive na Itália conheci algumas brasileiras, no norte e no sul existem muitos brasileiros, e no entanto sempre existe uma brasileira infeliz com o fato de viver num ambiente complicado e preconceituoso. Pode não parecer, mais lá, obviamente por conta do paternalismo generalizado históricamente e relevante para eles, as mulheres são segunda opção. Os homens é quem ditam as regras, os filhos devem sempre ter os seus sobrenomes, nunca o da mãe, e a família do homem, na maioria das vezes dita as regras e cuida da vida desta nova família. Bom, no entanto quando eu conheci duas mulheres em especial na última viagem, vi que o buraco é mais embaixo. A vida delas era com certeza um “inferno”, claro que me perguntava o porquê delas terem escolhido aquilo para suas vidas, e lógico descobri que as oportunidades no Brasil eram poucas, um bom emprego, um marido que lhes descem condições de viver dignamente, e ainda, sem falar do amor. Ai o tal amor que as tiraram daqui, de suas famílias, que fizeram com que atravessassem o oceano e vivessem com a total ideia de que dias melhores viriam.
As praias no Sul da Itália
E quando não há essa necessidade? Era o caso de Leide, ela nunca precisou, tinha uma vida boa no Nordeste. Sua casa, seus irmão, todos vivam bem, faltou para ela o amor. E ela o encontrou, nas suas caminhadas na praia ele a viu e se apaixonou, e em 15 dias estavam eles lá, e logo ela engravidara. O filho lindo que teve é a maior realização de sua vida. Ele lhe deu a felicidade que faltava. Porém, como já comentei, nada é fácil num país desconhecido e ela não teve duvida disso. Não podia trabalhar, pois a mãe de seu marido dizia “tem que cuidar da família”, e complementava “nada é mais importante que seu marido e seu filho”, como somos criadas de uma outra forma aqui, ela achava isso ridículo. Eu constatei com meu olhos a ignorância dos parentes, ficaram muito bravos quando a viram na rua, numa tarde quente de verão andando comigo, enquanto deveria estar em casa fazendo seus afazeres domésticos. Verdade seja dita, ninguém gosta de viver enfurnada numa casa num calor de 35 graus. E a revolta se instalava naquele coração, porém ele conseguira acalmá-la e deixou os pais de lado. Mas, ela sabia que os pais sempre irão interferir em suas vidas. Infelizmente, ela terá que se adaptar, pelo menos Lucca a ama muito, palavras dele.

Não foi o que aconteceu com uma outra brasileira que conheci na mesma época, cidade, e que moravam na mesma rua, mas não se conheciam. Se conheceram quando eu as apresentei. Ana, quando ficou grávida sabia do risco que corria ao ir morar com seu marido. Pois ele é um rapaz pobre, que trabalha no porto de Taranto, cidade litorânea no sul da Itália, conhecida por abrigar a Marinha Italiana. Ele viajava demais, ela teria que se adaptar ao país sozinha, e viver ao lado dos parentes dele. A dificuldade é tremenda, as mães italianas são verdadeiras águias quando o assunto são seus filhos. Odeiam estrangeiras, principalmente brasileiras. Um preconceito absurdo. O fato é que Ana, depois que voltei para o Brasil, seu marido deixou-a passando fome e necessidade. Suas duas filhas ficaram na custódia da mãe de seu quase ex-marido. A situação era clara, ele não queria mais ficar com ela, e por um bom tempo ela teve que viver essa situação num lugar desconhecido, sem nenhum amigo, só a Leide que eu apresentara. No entanto ela foi parar sozinha num abrigo, sem emprego, vivendo da ajuda do governo italiano. A justiça Italiana entendendo que as crianças não podiam ficar sem a mãe e que ela jamais sairia do país com elas, pois lá vigora a vontade do PAI, decretou que ele teria que cuidar de todas elas. A tristeza dela era ter que viver sem os seus grandes amores, a justiça devolveu a ela a vontade de viver.

Taranto


Mas,  nem sempre as histórias terminam assim. É o caso da brasileira Simone Moreira, acusada de jogar sua própria filha num córrego na Itália. A guarda da criança estava com o pai, o italiano Michele Favaro.

Vale pensarmos sobre isso. As relações são uma incógnita, só quem as vive pode relatar de fato o que acorre.




Estranho
Na Romênia as mulheres só podem se casar até os 25 anos.
Depois disso são consideradas velhas.
São desprezadas e excluídas pela sociedade.
  O prefeito de Constança e sua namora de 22 anos.

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