Sambista x Jornalista

Parada dura essa, mas faz tempo que tenho acompanhado alguns acontecimentos mal descritos pela imprensa. E que fazem diferença quando falamos de cobertura jornalística no Carnaval. Bom, como tenho na veia muito mais a postura de Sambista, tomarei cuidado para não menosprezar aquilo que estudei, o Jornalismo.

O fato é que muitos jornalistas não conhecem as pessoas anônimas que fazem o espetáculo. Àquelas que ostentam o pavilhão, as Rainhas que são das comunidades e não são conhecidas. Até mesmo os presidentes das entidades, por vezes, são erroneamente chamados por nomes diferentes, por conta até da falta de diálogo entre eles.

E ao assistir a transmissão do desfile das campeãs, e ao ler várias matérias com dados errados, vi o quão é necessário que os jornalistas ao menos saibam o primordial, o básico, nome da Rainha de Bateria e seu vínculo com a escola; nome do Mestre de Bateria e sua trajetória no samba; o enredo e como foi constituído, enfim, conhecer ao menos as pessoas que têm mais envolvimento com a escola. E no entanto, não é essa proposta que é passada, por todas as mídias. O caso é que vejo preconceito no diz respeito ao profissional de imprensa e o sambista, por parte de ambos. Um ar de superioridade dos jornalistas, e má vontade em apurar, conhecer, para assim descrever realmente os fatos. E por outro lado os sambistas percebendo isso não os aceitam, e têm medo de como algumas histórias podem ser distorcidas. Vale lembrar também que muitas escolas não sabem transmitir, ou não sabem expressar aquilo que querem aos jornalistas, levando-os a descrever aquilo lhes foi passado ou que às vezes nem lhes é comunicado.

Mas, como podemos minimizar isso? Como fazer para que ambas as partes façam valer seus trabalhos, e desempenhá-los bem?

Só o tempo nos dirá, fato é que precisamos respeitar uns aos outros e deixar de lado o ar de superioridade de ambos. Para isso é necessário o engajamento de todos.

Vamos em frente!